Pergunta: Como faço para anular meu casamento na Igreja Católica?

A questão que dá título a este post é bastante recorrente e vamos procurar responder da forma mais objetiva possível. Falar de casamento e, mais do que isso, de separação, é sempre delicado. Para responder com mais precisão, buscamos a ajuda do servidor do Tribunal Eclesiástico de NiteróiGeorge Antunes de Abreu Magalhães. Fizemos contato com ele pela internet, após ler um artigo sobre o tema no site Presbíteros.
Antes de responder à questão, é necessário lembrar que, para a Igreja Católica, não existe “anular” um casamento. Nenhum sacramento pode ser anulado, e o matrimônio é um sacramento. Para a Igreja, anular seria desfazer o que já foi feito. O que existe é analisar toda uma situação e chegar à conclusão de que o sacramento não teve validade.
Portanto, “declarar nulidade” é diferente de “anular”. Declarar nulidade é dizer que o sacramento nunca existiu, pelo motivo X ou Y. Não se trata, tampouco, de um divórcio, pois, se o casamento é válido, para a Igreja a separação é impossível.
Há uma série de critérios para que um casamento seja considerado válido e não vamos detalhar porque seria repetir o que já está dito (você encontra detalhes noDireito Canônico, conjunto de leis que regem o funcionamento da Igreja Católica, e por aí na internet). Mas podemos citar um dos mais importantes: ambos os noivos precisam se casar de livre e espontânea vontade. Um casamento forçado, por exemplo, não tem validade.
O especialista em Direito Canônico George Magalhães relata em seu blog os casos que podem levar à nulidade matrimonial.  Outro exemplo: uma pessoa que não é batizada precisa notificar a Igreja  disso antes de se casar. O casamento é possível (com “Disparidade de Culto”), mas se isso não for avisado antes para que as medidas cabíveis sejam tomadas, o sacramento não tem validade. Um terceiro exemplo: religiosos com votos perpétuos ou homens ordenados (padres e diáconos) não podem contrair casamento válido.
Mas, segundo Magalhães, atualmente um dos casos que mais levam os casais a pedir a declaração de nulidade é o de gravidez antes do casamento. “As pessoas acabam casando a fim de ‘reparar um erro’ seja espontaneamente ou porque foram forçados a se unirem pelos familiares, coagidos moralmente, com violência ou ameaça”, explica. Um caso como esse, especificamente, poderia se enquadrar como “falta de liberdade interna” ou “temor reverencial”.
Mas ainda não respondemos à pergunta. O mais difícil dessa história da nulidade é descobrir e provar por que o cassamento foi inválido. Para isso, é preciso abrir um processo em um Tribunal Eclesiástico – responsável pelas questões do Direito Canônico.
Magalhães nos esclarece que para dar entrada no processo de nulidade matrimonial é necessário procurar o Tribunal Eclesiástico ou a Câmara Eclesiástica que tem jurisdição sobre a diocese onde ocorreu o casamento. Não são todas as dioceses que têm tribunais próprios. A informação sobre qual é o tribunal competente para julgar uma determinada causa pode ser obtida na Cúria (administração) da diocese onde foi realizado o casamento.
No tribunal, “a pessoa interessada contará a sua história”, diz o canonista. “Aconselho que faça um exercício antes e escreva os fatos ocorridos durante o namoro, o noivado, o casamento e o motivo da separação, sem esquecer de levantar fatos relevantes de cada uma das partes ocorridos quando ainda nem se conheciam, como violência sexual durante a infância, por exemplo.”
Enfim, todo detalhe pode ajudar a mostrar a complexidade da situação. “Havendo viabilidade ou indícios para investigar o caso, o Tribunal indicará um especialista que atuará como advogado da causa”, afirma Magalhães. “Via de regra o tribunal nomeia seus advogados.”
Para dar continuidade ao processo serão necessários documentos e testemunhas. Neste link você encontra a relação de documentos necessários. De acordo com Magalhães, a análise do processo pode levar cerca de dois anos e meio, pois passa por duas instância, cada uma com três juízes.
“As partes e as testemunhas prestarão seus depoimentos em um Tribunal Eclesiástico ou numa Câmara Eclesiástica. Os advogados, o defensor do vínculo (aquele que defende a existência do vínculo matrimonial) e o perito fornecem subsídios a fim de que os juízes formem aquilo que chamamos de ‘certeza moral’ para que, então, eles possam fundamentar os seus votos e prolatar a sentença”, resume.
O custo para dar andamento a um processo desse tipo varia de tribunal para tribunal, pois visa ao pagamento dos funcionários envolvidos e as despesas do próprio tribunal. Sendo assim, é preciso consultá-los. De qualquer forma, o canonista Magalhães alerta que “os casos em que as pessoas possuam dificuldades para arcar com as custas são tratados junto ao tribunal”.

Comentários

  1. OI, meu casamento foi com disparidade de culto, eu sou catolica e meu testemunha de jeová, foi realizado o casamento, onde o padre disse q seria uma benção para mim, pois não poderia ser um casamento tradicional catolico. Eu me divorciei cerca de uns 6 meses após a celebração por motivos de traição da parte dele. Isso fazem uns 4 anos. Hoje estou noiva de um moço catolico, e gostaria muito de realizar a cerimonia com casamento tradicional catolico. É possivel me casar na igreja e ter esse outro casamento cancelado.?

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    1. Olá Tati S.!

      Há algumas informações que precisam ser melhor apreciadas em seu breve histórico, como por exemplo: se o seu casamento foi celebrado com disparidade de culto ele está dentro de um caso contemplado pelo código de direito canônico, ao contrário de uma simples benção que o padre teria dito, além disso, benção relativa ao sacramento do matrimônio é celebração, portanto, devem ser avaliadas as documentações a fim de avaliar se houve um eventual erro de forma canônica.

      O ideal é que você procure o Tribunal ou a Câmara que tem jurisdição sobre a paróquia onde você se casou e agende uma entrevista, lá eles poderão investigar a sua história com diligência e lhe dizer com segurança se vale a pena ingressar com um processo de nulidade matrimonial.

      Grato pelo contato,

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  2. Eu quero aproveitar esta oportunidade. Tenho que agradecer muito ao Dr. Wealthy por ter recuperado meu ex-marido. Depois de 7 anos de casamento, meu marido me deixou por outra mulher. Fiz tudo o que pude para recuperá-lo, mas tudo o que fiz foi em vão. Fiquei triste, mas não perdi a esperança de tê-lo de volta porque tinha fé em Deus. Então eu pesquiso on-line sobre como recuperar meu marido, e me deparei com um post do Dr. Wealthy sobre como ele ajudou uma dama a recuperar seu ex, eu o contatei e contei a dor que estava passando, ele me contou o que fazer e eu fiz isso, então ele lançou um feitiço de amor para mim 48 horas depois meu marido me ligou e me disse que ele sente muito pelo que fez e que ele sente muito a minha falta, mais tarde ele voltou para casa e implorou por meu perdão, desde então nosso amor ficou mais forte. Para as coisas maravilhosas que o Dr. Wealthy fez por mim, seria injusto para mim não deixar o mundo inteiro saber que um feiticeiro tão poderoso vive. Se você quiser receber de volta seu e-mail ex rápido Dr. Wealthy em wealthylovespell@gmail.com ou adicioná-lo no WhatsApp +2348105150446

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